A aposentada de 54 anos, Fátima da Silva, vive em uma improvisada casa de cachorro há nove dias, desde que a casa de madeira onde morava incendiou, no bairro 1º de Maio, em Farroupilha. Ela construiu a casinha ao lado dos escombros. Desde lá, dorme junto aos seis animais que cria, deitada sobre uma fina placa de espuma e uma tábua, jogadas no chão batido. Algumas poucas cobertas estão na cabana, dividindo espaço com restos de lixo.
— Ainda bem que não choveu nem ficou frio até agora — avalia Fátima.
É a vizinhança quem fornece comida, roupa, e ainda cede a casa para os banhos de dona Fátima.
— Ela diz que não quer abandonar os cachorros e também não quer depender dos outros ou incomodar. Não sabemos o que fazer exatamente, porque ela não quer sair daqui. Mas ela sabe que tem um cantinho na minha casa — explica a vizinha Ana Maria Messinger.
A prefeita em exercício Glória Menegotto (PDT) foi informada na tarde da terça-feira sobre as condições em que Fátima sobrevive. Diz que, desde o incêndio, psicólogos prestaram atendimento social à aposentada, oferecendo lugar em um albergue. Segundo Glória, Fátima recusou ajuda.
— A partir de hoje, a prefeitura construirá a casinha da Fátima no mesmo terreno. Tivemos o impasse de que a terra pertencia ao irmão, já falecido. Mas já regularizamos a situação — acalma.
A prefeita ainda alerta que, durante a construção da nova casa, dona Fátima será levada, ainda que contra vontade, para um abrigo.
Fonte: Trespassosnews.com.br
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