A suspeita de que um animal selvagem esteja rondando propriedades agrícolas em Frederico Westphalen, gerou medo na população. Há meses, moradores da localidade São Brás relatam a presença de um animal de porte grande, e ataques a cães.
O agricultor Tarcísio Zanchin tentava há meses elucidar o mistério de dois cães de sua propriedade que foram atacados e mortos no meio de uma lavoura. - Eles tinham cortes profundos próximo ao pescoço, nunca tinha visto algo assim, conta.
Foi no mesmo local que o tio de Zanchin viu na semana passada, um animal estranho e ligou os fatos. Preto, do tamanho de uma ovelha, com orelhas curtas e sem pescoço. Assim, o agricultor descreveu o bicho que rondava a lavoura de milho. A partir daí, rugidos estranhos começaram a ser ouvidos na propriedades próximas.
- A gente estava pescando no açude e ouviu o grito, parecia que estavam matando um animal, e saímos correndo, conta Zanchin.
Com medo de circular pelas propriedades, moradores procuraram o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que acabou comunicando o Batalhão Ambiental da cidade. Ninguém conseguiu registrar em fotografias, as pegadas ou o próprio animal.
Moradores suspeitavam que pudesse tratar-se de uma onça parda, mas o especialista em animais silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Paulo Wagner considera que pelas características do bicho, os agricultores possam ter visto um javali, espécie de porco selvagem.
Ele diz que embora tenhamos vários registros de onças pardas nestas regiões de mata, a onça não ruge, mas mia, e dificilmente seria vista em uma plantação. Ao contrário do javali, que emite barulhos muito altos semelhantes a rugidos, vive próximo a banhados e açudes e destrói plantações de milho e batatas. Relatos de ataques de javalis a cães também são frequentes.
- Este animal está disseminado pelo Estado e embora não costume atacar pessoas, se for caçado ele pode confrontar e ferir seriamente, ao contrário da onça, que foge quando perseguida_ conta Wagner.
Conforme o especialista, os moradores devem comunicar o fato à Secretaria Estadual de Agricultura, e solicitar o abate do animal.
Fonte: Zero Hora