Esta terça-feira, 15 de outubro, marca o Dia do Professor. A data foi oficializada pelo então presidente João Goulart em 1963, mas sua origem remonta ainda aos tempos de império e colonização portuguesa. Fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade, os educadores carecem, no entanto, de uma valorização adequada para desempenhar seu trabalho com qualidade. São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador estão entre as principais cidades com manifestações programadas.
História
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila), o Imperador do Brasil Pedro I baixou um decreto que criava o Ensino Elementar no Brasil. Por meio dele, "todas as cidades, vilas e lugarejos deveriam ter suas escolas de primeiras letras". A medida, que estabelecia uma série de benefícios, mas que nunca foi cumprida plenamente, falava em pontos como descentralização do ensino, salário justo, matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os profissionais deveriam ser contratados.
A data passou a ser feriado nacional escolar em 15 de outubro de 1963, por meio do decreto número 52.682, que definia em seu artigo terceiro o propósito de "promover solenidades em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias".
Realidade
Falta valorização do professor e melhores salários, na opinião do professor de física Hélder Medeiros, de 52 anos (dos quais 30 foram dedicados à profissão. Para ter um bom salário, ele explicou que o profissional geralmente executa uma extensa grade de aulas e trabalha em várias escolas. “Se o professor fosse bem remunerado, não trabalharia tanto e teria mais tempo para preparar melhor a aula”, exemplificou ao portal G1.
A reciprocidade dos estudantes e o carinho que demonstram ter por ele é uma das alegrias em ser professor, segundo Medeiros. “O relacionamento com o aluno deixa a gente mais jovem. É muito bacana. Sempre gostei”, elogiou o educador que, em apenas um ano, já deu aula para cerca de 600 estudantes. “A sensação que tenho é que eles são meus filhos. O estudo é importante, então tenho que animá-los. É compensador”, garantiu.
Exemplos bem-sucedidos no mundo
CHINA
Melhor colocada em todo o mundo no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), Xangai tem liberdade para inovar e adaptar as rígidas regras do governo chinês e oferece uma educação de qualidade excepcional para os estudantes, inclusive os migrantes. A dedicação ao ensino é levada tão a sério que o Estado teve de criar leis para limitar as horas de estudo em casa. Tanto esforço tem bases históricas e culturais, principalmente na ênfase da educação como mecanismo de ascensão social ao longo da história.
FINLÂNDIA
Professor para entrar em sala tem, no mínimo, mestrado, e a autonomia é palavra de ordem. No Ensino Médio, os estudantes têm direito a escolher o que querem aprender. A carga horária não é exageradamente grande e a biblioteca é um dos passatempos preferidos. Em média, um estudante vai 12 vezes à biblioteca ao longo de um ano. A profissão é a mais desejada pelos jovens, mesmo sem oferecer os salários mais altos, e aos melhores profissionais cabe a tarefa de trabalhar nas piores escolas.
CHILE
Bons salários, premiação por desempenho, constante avaliação do ensino e participação da família influenciaram na nota final do Pisa. O sistema de ensino chileno, dividido entre escolas particulares, subvencionadas e públicas, diminuiu as diferenças entre o aprendizado dos alunos de distintas classes sociais. No Chile, o ministro da Educação é uma das autoridades de maior prestígio e costuma ser o nome forte para disputar as eleições presidenciais.
COREIA DO SUL
No início da década de 60, o país asiático estava no atual patamar de desenvolvimento do Afeganistão. Agora, aparece com uma das melhores notas no Pisa. As escolas têm rotina de oito horas, há rigorosa disciplina e o uso da tecnologia é aliada no aprendizado.
CANADÁ
Na última década, o governo vem concedendo aos estrangeiros com qualificação quase todos os direitos conquistados pelos canadenses, incluindo ensino de qualidade para seus filhos. Essa política foi adotada como forma de compensar a carência por profissionais especializados em função do envelhecimento da população e da baixa taxa de natalidade. Há monitoramento e nivelamento do desempenho das escolas, cooperação entre elas e incentivos para melhorar aquelas com baixo rendimento. Além disso, se tornar professor no Canadá pode ser extremamente difícil, e os salários são acima da média nacional.
Fonte: Ecodesenvolvimento.org